Medalhas. Durante meus dez anos de corrida eu ganhei muitas medalhas. Medalhas pequenas, grandes, leves, pesadas, feias e bonitas. Mas eu seria muito despretensioso se resumisse todo este período em apenas um punhado de medalhas "sem valor" penduradas na parede ou esquecidas no fundo de alguma gaveta. Ganhei mais que isso, muito mais.
Com a corrida de rua ganhei autoconfiança, força de vontade, disciplina, maior capacidade de concentração, e gana para superar meus limites. Bem, confesso que também conquistei algumas várias lesões, machucados, dores e afins. Consequentemente períodos de recuperação, sessões de fisioterapia, aplicações de gelo, alongamentos, etc. Porém, em dez anos, ganhei também um preparo físico melhor, um corpo mais saudável, uma taxa de colesterol aceitável (dentro dos padrões da família Queiroz) e um certo vício por endorfina.
Mas foi durante um treino solitário, pensando sobre estes dez anos, que ficou muito claro para mim que o mais importante e valioso que eu ganhei com a corrida foram AMIGOS. De forma muito natural, em todas as empresas que trabalhei, em todas as instituições que estudei, em todas as academias que malhei e em todos os lugares que morei eu sempre fiz ou reforcei amizades com a corrida de rua. Simples assim.
Com alguns destes amigos eu sempre tenho aprendido um pouco mais sobre o esporte. Com outros eu tive o privilégio de ser o cara que deu aquele empurrãozinho para começarem na corrida. Tem alguns que foram e são meus desafiantes e/ou desafiados. Alguns que eu tenho que puxar nos treinos e outros que me puxam. E tem aqueles que a amizade até extrapolou as pistas.
Mas voltando a história das medalhas, decidi dar um valor real para cada uma delas, e por isso eu quero dedicá-las aos meus amigos e companheiros de corrida. Mais do que nunca agora tenho um motivo nobre para pendurá-las na minha parede.
Leonardo Teixeira Queiroz
